quarta-feira, 9 de junho de 2010

Folha de São Paulo - Ioga e Corrida

Sempre orientei meus clientes que praticam corrida a complementar esta prática com alguma atividade muscular, pois ajuda no ganho de estabilidade e proteção das articulações (principalmente tornozelos, joelhos e coluna) que sofrem com o impacto durante a corrida.

Veja a interessante matéria que foi publicada na Folha de São Paulo (caderno Equilíbrio - 08/06/10). Pode ser uma excelente sugestão para os corredores!

Muita gente acredita que corrida e ioga são atividades incompatíveis: uma seria para quem gosta de queimar calorias, outra para a turma paradona, mais 'zen'. Nada a ver

MANUELA MINNS


Correr melhora a capacidade cardiovascular e dá força, o que ajuda a praticar ioga. Já a ioga trabalha alongamento e auto-observação - "fundamentais para qualquer atividade física", diz Danilo Santaella, formado em educação física pela USP e professor de ioga.
O objetivo máximo da ioga é meditar. As posturas deixam o corpo forte e a mente calma, para a pessoa poder ficar sentada, meditando por longos períodos sem dor.

OUVIR O CORPO
Outra vantagem da ioga é treinar a concentração. "Saber ouvir o corpo e ponderar até onde se pode ir é crucial para qualquer atleta", alerta Santaella.
"A concentração ajuda a suportar caminhadas e corridas longas, muitas vezes monótonas", explica o professor de ioga Marcos Rojo.
Os exercícios de respiração agem como estímulo parassimpático na modulação do coração. Mas não estimulam o metabolismo aeróbio celular. Por isso, por mais que se treine pranayamas, é bom correr ou caminhar.
Corrida supre aquela vontade de fazer uma atividade de explosão, que faz suar.
O economista Alexandre Pundek Rocha, 56, corre há 30 anos. Antes, intercalava com academia. "Mas notei que meus músculos estavam encurtados", diz.
Há três anos, trocou a malhação por ioga. Corre três vezes por semana e faz ioga toda noite. "Não dá para comparar o equilíbrio de antes e o de agora. O risco de torcer o pé na corrida diminuiu."
"Notei também que a angústia dos quatro últimos quilômetros numa corrida de dez mudou. Uso o princípio da ioga de inspirar em três tempos e expirar em seis, que me dá mais resistência. A recuperação é rápida, não fico sentindo a perna por dias."
A flexibilidade também melhorou, diz Rocha. "Meu corpo mudou. Volto das viagens inteiro. Meu pé não incha. Sempre levei na mala um tênis. Hoje, também levo meu tapetinho."
Andrea Longhi, 42, maratonista e gerente de marketing, começou a correr depois que teve o primeiro filho. Queria voltar à velha forma, mas não se encontrava em nenhum esporte. "Meu treinador sugeriu a corrida. Mudou a minha vida", diz Andrea.
Mas, para ela, a corrida é um esporte que machuca o corpo e que pede um complemento: "A ioga tem uma vibração diferente da corrida. Passei a respirar com calma, minha postura melhorou. A corrida me põe na natureza, vou correr no parque, na montanha, coisa que a ioga não faz. A ioga é você com você, e a corrida é você com o mundo."

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