segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

A descoberta da Aspirina (Drauzio Varella - Folha de SP 14/01/12)

Em 1763, Edward Stone descreveu os efeitos medicinais da casca do salgueiro no alívio dos sintomas da malária. Foi o primeiro ensaio clínico da história da medicina, passo essencial para o desenvolvimento da aspirina.
O Papiro de Ebers, livro texto escrito em 1534 antes de Cristo, descreve um tônico obtido a partir da casca do salgueiro e este tônico era receitado para aliviar dores nas juntas e outras partes do corpo.
No século 19, com a prosperidade e inovações tecnologicas, iniciou-se a competição para sintetizar o princípio ativo presente no salgueiro.
Ao redor de 1850, tornou-se popular o uso de medicações com os nomes de salicilina, acido salicilico e salicilato de sódio para tratamento de dores, febre e inflamações.
Depois, o desafio passou a ser a síntese química de um derivado que não fosse tão toxico para o estômago.
Em 1894, Felix Hoffmann, químico que se juntou a Bayer, conseguiu sintetizar o ácido acetilsalicilico, finalmente registrado como Aspirina no dia 01/02/1899.
No mundo são produzidas 40 mil toneladas de ácido acetilsalicilico por ano, droga sobre a qual já foram publicados mais de 26 mil trabalhos cientificos.
Propriedades: antitérmico, anti-inflamatório e inibição da agregação plaquetária.
Graças a este último efeito, passou a ser indicado na prevenção de doenças cardiovasculares.

É comprovado que administrar doses baixas de aspirina depois de um derrame cerebral ou ataque cardíaco, reduz o risco de um segundo episódio.
Agora o que todos devem saber: 162 a 325mg de aspirina administrados nas primeiras 24h depois de um infarto reduzem pela metade o risco de morte ou de ocorrer um segundo infarto.
Em caso de não haver médico por perto de alguém com dor sugestiva de ataque cardíaco, não esqueça: 2 a 3 comprimidos de 100mg de ácido acetilsalicilico. Mal não fará.


Trechos da coluna do dr. Drauzio Varella publicada em 14/01/12 na Folha de São Paulo