quarta-feira, 21 de julho de 2010

Músculos, tendões e ligamentos: quais as diferenças?

Vou falar um pouquinho sobre as características de cada um destes componentes do sistema musculo-esquelético.

Músculos: caracterizados pela propriedade de contração e distensão de suas células, o que determina a movimentação dos membros. Em cada fibra muscular esquelética há muitas miofibrilas contráteis, constituídas por filamentos compostos por dois tipos principais de proteínas – a actina e a miosina. A contração do músculo esquelético é voluntária e ocorre pelo deslizamento desses filamentos. Essa contração depende de um impulso nervoso vindo do cérebro, de cálcio e de energia (ATP) proveniente da respiração celular. Em média, 40% do peso do corpo está nos músculos. O corpo humano tem mais de 630 músculos. Manter um equilíbrio entre fortalecimento muscular e alongamento frequentes mantem os músculos saudáveis e o correto funcionamento deste processo de contração muscular evitando assim lesões, contraturas, caimbrãs e fadiga.



Tendões: são cordões resistentes não contráteis de tecido conjuntivo (colágeno) que inserem cada extremidade de um músculo ao osso e transmitem a força da contração muscular para o osso, gerando assim o movimento (ligam os músculos aos ossos). Tendinite é uma inflamação no tendão devido a microtraumas repetidos que podem ocorrer devido a desequilíbrios musculares ou fadiga, alterações nos exercícios ou nas rotinas funcionais, erros de treinamento ou uma combinação de vários desses fatores. A inflamção ocorre pois uma demanda contínua é colocada nesse tecido pouco elástico sem que haja tempo adequado para cicatrização, de forma que a dor e a inflamação continuam. Normalmente envolve uma sobrecarga tênsil repetitiva, compressão ou abrasão (desgaste) do tendão mostrando a importância de se evitar os posicionamentos inadequados e atividades repetitivas na mesma posição.

Ligamentos: são tecidos semelhantes aos tendões que circundam as articulações e conectam um osso a outro. Ajudam no reforço e estabilização das articulações, permitindo os movimentos somente em determinadas direções. Como descrito, eles ajudam na estabilidade pois os principais responsáveis são os músculos. Daí a importância de ter músculos saudáveis para preservar os ligamentos.

Folha de São Paulo - Sinais de Infarto

Segue abaixo matéria publicada na Folha de São Paulo (21/07) a respeito da dificuldade em reconhecer os sinais de infarto. Novamente o que devemos ressaltar é que, diante de qualquer sintoma diferente em sua rotina, deve-se procurar um médico.

Maioria não sabe como reconhecer sinais do infarto
Falta de ar, náusea e tontura são manifestações confundidas com as de asma e gastrite, entre outras

Sintomas da doença que matou o secretário da Saúde de SP podem durar vários dias, de forma ininterrupta

MÁRCIO PINHO

O infarto é uma doença traiçoeira. Pode dar sinais claros de que está ocorrendo, como dores do lado esquerdo do peito, ou ainda outros que não despertam suspeitas -uma sensação súbita de indigestão, por exemplo.
A doença que no último sábado vitimou o secretário paulista da Saúde, o médico Roberto Barradas Barata, aos 57 anos, está entre as maiores causas de morte no mundo.
A maioria dos pacientes não sabe distinguir os sinais do infarto dos de outras doenças, segundo o cardiologista César Jardim, do HCor.
O infarto acontece quando uma artéria próxima ao coração é obstruída por placas de gordura. Sem receber oxigênio e nutrientes trazidos pelo sangue, parte da parede do coração morre.
Esse processo pode irradiar dores para outras regiões
, diz o cardiologista do Hospital Sírio-Libanês Roberto Kalil Filho.
É o que explica o desconforto em costas, ombros, mandíbula e estômago e as náuseas sentidos por quem, em seguida, infarta.
O que torna mais difícil saber o que está acontecendo é o fato de essas manifestações ocorrerem mesmo sem os sintomas mais comuns da doença -as dores no peito que depois alcançam o pescoço e o braço esquerdo.
Por isso, defende Kalil Filho, é preciso descartar o risco de infarto para todo sintoma entre umbigo e pescoço.
A recomendação é procurar um médico ao notar qualquer alteração, nem que seja para descobrir que não se tem nada ou que se trata de outra das várias doenças cujos sinais se confundem com os de um infarto, como asma.
Os sintomas do infarto podem durar dias, de forma ininterrupta, ou ainda se manifestar em intervalos.
O consenso médico é que, em se tratando de coração, é essencial buscar um diagnóstico precoce.
A atenção deve ser redobrada para os grupos de risco da doença, como os idosos. Neles especialmente o infarto pode aparecer sem apresentar nenhum sintoma prévio, o que dificulta ainda mais a detecção da doença.
Nos homens, ele é mais frequente a partir dos 55 anos e, nas mulheres, após os 65.

FATORES DE RISCO
Os mais jovens, contudo, também são vítimas. Especialmente se têm colesterol alto, hipertensão, diabetes, estresse, histórico de doenças cardíacas na família ou se são fumantes.
"Esses devem passar por uma consulta clínica de vez em quando, mesmo se ainda têm 30 ou 40 anos. É importante medir a pressão e fazer exame de colesterol", afirma Luiz Antonio Machado César, presidente da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo.
Alimentação saudável, controle do peso e exercícios físicos também são importantes para a prevenção.