segunda-feira, 22 de julho de 2013

Casa Hope

Ontem assisti a uma entrevista da fundadora da Casa Hope, Claudia Bonfiglioli. Pude conhecer um pouco mais do trabalho sério e tão importante desta instituição buscando o cuidado, apoio e integração dos pacientes e familiares carentes. Um cuidado que infelizmente os governos não são capazes de oferecer. Por isso esse instituição merece toda a divulgação e apoio e que muitas instituições como a Casa Hope, estejam presentes para acolher e ajudar os brasileiros.

Conheça mais em: www.hope.org.br

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), do Ministério da Saúde, o câncer é a primeira causa de morte por doença na faixa de 1 a 19 anos. Neste contingente , porém, 77% dos doentes têm sobrevida média de cinco anos. Após esse período, o doente deve fazer exames anuais para controle, pois hoje o câncer é considerado uma doença crônica.

A Casa Hope hospeda crianças, adolescentes e transplantados durante os procedimentos e tratamentos a que são submetidos, oferecendo-lhes moradia, cinco refeições diárias, transporte para os hospitais, atendimento psicológico, assistência social, terapia ocupacional, escola, capacitação profissional, entretenimento e sociabilização, com todos os cuidados necessários.

A Casa Hope não é um hospital, mas uma casa de apoio. Não medica, não realiza procedimentos. É voltada para a saúde, não para a doença. Não é assistencialista, é participativa.


Fibromialgia - Quando tudo dói

A dor geralmente aparece nos ombros e braços, depois se espalha pelo corpo todo, chegando aos ossos, tendões, músculos e articulações. Pode se arrastar por dias, meses e até anos. Junto a esses sintomas pode vir um cansaço inexplicável, o sono que não relaxa.


Também há quem reclame de dificuldade de concentração, depressão, sensação de formigamento em braços e pernas, dores de cabeça e até de cólicas intestinais. Para se livrar do problema, o paciente costuma passar por vários especialistas, antes do diagnóstico de fibromialgia.


Essa demora em se chegar à conclusão de que as dores apontam para fibromialgia reside no fato de não haver nenhum exame laboratorial ou radiológico que comprove o diagnóstico, que é exclusivamente clínico e requer histórico e exame físico detalhados. Dessa forma, consultas médicas rápidas e baseadas em laudos de exames não trazem resultados, o que faz pacientes passarem por diversos médicos, realizarem uma série de exames sem chegarem a nenhum diagnóstico.


Entre os pacientes com o problema, 90% são mulheres. A causa é atribuída ao desequilíbrio de neurotransmissores responsáveis por inibir ou gerar a dor, como a serotonina. Há uma substância diretamente relacionada aos mecanismos da fibromialgia: é a substância P, do inglês Pain – que significa dor. “O excesso da substância P no organismo resulta em maior percepção da dor”, explica Evelin Goldenberg, reumatologista do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) e autora do livro O Coração Sente, O Corpo Dói (Editora Atheneu).


Pesquisas mostram três vezes mais substância P no organismo dos portadores da síndrome, além da queda na produção de serotonina. “Há um excesso de agentes que enviam informações dolorosas, somado à redução nos níveis dos que suprimem a dor”, completa a reumatologista.


Gatilhos da dor
Acredita-se que há pessoas com predisposição genética para a fibromialgia, mas só manifestam a crise frente a desencadeantes. Os principais são: trauma físico ou emocional, doenças infecciosas (como gripe e hepatite C), perdas prolongadas de sono, grandes modificações hormonais e mudanças climáticas. Em seu livro, dra. Evelin afirma que há estudos sugerindo que 60% dos portadores de fibromialgia têm familiares com a doença, ou ainda doenças relacionadas à serotonina.


O diagnóstico do problema é complexo. Exames radiológicos ou laboratoriais não revelam a síndrome, que tem seu diagnóstico exclusivamente clínico, por meio de história e exame físico detalhados e a palpação de ‘tender points’, ou pontos de tensão. Ao todo são 18 e o critério do Colégio Americano de Reumatologia para o diagnóstico é a presença de dor generalizada pelo corpo por pelo menos 3 meses e a presença de 11 em 18 tender points.


Tratamento e prevenção
Não há vacinas ou outros métodos que possam prevenir o surgimento da doença. O que se pode fazer é adotar atitudes simples que tornem as circunstâncias menos favoráveis à fibromialgia, o que não garante estar fora de perigo.


O importante para quem tem a síndrome é manter a qualidade de vida, uma vez que até o momento não há cura. Muitos dos sintomas podem ser amenizados contando com a ajuda de medicamentos e terapias como a acupuntura, sessões de relaxamento e massagem.


Dieta: há expectativa com relação às fontes de triptofano, o aminoácido precursor da serotonina, que ajuda a inibir a dor. Esse aminoácido apresenta-se em quantidade insuficiente no organismo dos portadores da síndrome. O triptofano pode ser encontrado na banana, milho, arroz integral, legumes, leite e mel. Entretanto a dra. Evelin adverte: “Ainda não está comprovada a importância de dieta nesses pacientes”.


Exercícios físicos: músculos sem treinamento são mais vulneráveis a lesões e, por consequência, a desencadear traumas capazes de impulsionar o desenvolvimento da fibromialgia. A recomendação é a realização de exercícios físicos de caráter lento e progressivo, individualizados e sob a orientação de profissional especializado. A Fisioterapia tem um importante papel na melhora do controle da dor e no aumento ou manutenção das habilidades funcionais do paciente em casa ou no trabalho, assim como na redução de outros sintomas que lhe causam sofrimento.
Os programas de exercícios físicos promovem os maiores ganhos na diminuição do impacto dos sintomas da fibromialgia na vida dos pacientes. Os exercícios de baixa intensidade, ou aqueles em que o paciente é capaz de identificar o limite de seu esforço e dor, parecem ser os mais efetivos.
Além disso, a aderência aos programas de exercícios é a melhor maneira de se prolongarem os ganhos terapêuticos. A literatura faz referência a outros recursos fisioterapêuticos, como a TENS e o biofeedback, que desempenham um papel mais parcial, pois mostram efeitos somente a curto prazo.



Estresse: procure afastar-se das fontes de estresse e desenvolver melhores formas de administrá-lo como técnicas de respiração, yoga, meditação e acupuntura. As pessoas estressadas sofrem mais com a dor, insônia e irritabilidade, fatores que podem desencadear a fibromialgia.


Sono: perder várias noites de sono pode se tornar fonte de fadiga e dor. O mais indicado é estabelecer um horário para dormir e evitar bebidas que contenham álcool e cafeína e a prática de exercícios físicos exaustivos à noite.


Antecedentes familiares: quem tem familiares com fibromialgia deve manter dieta balanceada, praticar exercícios e ter boas noites de sono. Se a dor aparecer, esqueça os analgésicos e procure um especialista no assunto. O tratamento precoce pode evitar a dor crônica.


Fontes: http://www.einstein.br/einstein-saude/em-dia-com-a-saude/Paginas/quando-tudo-doi.aspx
Marques AP, Matsutami LA, Ferreira EAG, Mendonça LLF: A fisioterapia no tratamento de pacientes com fibromialgia: uma revisão de literatura. Rev Bras Reumatol 42: 42-48, 2002.